As rosas estão entre as mais antigas flores cultivadas, são um arbusto ou trepadeira da família Rosaceae, a que pertencem espécies nativas portuguesas como o pilriteiro (Crataegus monogyna), a cerejeira-brava (Prunus avium), o azereiro (Prunus lusitanica), o abrunheiro-bravo (Prunus spinosa), a macieira-brava (Malus sylvestris).
Estima-se que existam nos dias de hoje, cerca de 150 espécies, dos mais variados tamanhos, cores e formas, todas com pétalas comestíveis.
História
Admiradas pela sua beleza, perfume e qualidades medicinais e associadas à nobreza e símbolo de poder, o cultivo das rosas foi passando de civilização em civilização.
Estima-se que as rosas tenham sido cultivadas pela primeira vez na China, entre 2737 e 2697 a.C., tornando-se populares em 500 a.C., para extração do seu óleo. Existem vestígios do seu cultivo nos antigos jardins da Pérsia (atual Irão), antigas civilizações da Síria e Grécia Antiga, Egito e Roma Antiga.
Flores comestíveis
Existem várias flores comestíveis e que podemos incluir na nossa alimentação, seja para tornar um prato mais colorido e sofisticado mas também pelas seus benefícios para a saúde e variedade nutricional que podem oferecer, as rosas são uma delas.
Existem cerca de 150 espécies de rosas e todas são comestíveis. O sabor das pétalas de rosa pode variar entre o doce e o amargo, dependendo da variedade.
A recomendação para escolher uma rosa saborosa é escolher uma com um aroma agradável. As pétalas de rosa têm um sabor muito aromático, floral e ligeiramente adocicado.
Podem ser consumidas cruas, misturados em saladas ou desidratadas e adicionadas a granola ou infusões.
As folhas das roseiras têm um travo amargo semelhante à planta do chá e podem ser utilizadas para a preparação de infusões (sem cafeína) e o fruto pode ser utilizado na preparação de xaropes, geleias e infusões.
Propriedades
Para além da beleza das rosas e do seu aroma, a roseira é uma planta em que todas as suas partes flores, fruto e folhas têm aplicações seja na indústria cosmética, na alimentação, na indústria farmacêutica ou mesmo em engenharia no desenvolvimento de novos materiais.
As rosas são ricas em vitamina C, A, D e E e têm várias propriedades terapêuticas já comprovadas em estudos científicos que incluem o tratamento de diabetes, dismenorreia, depressão, stress, epilepsia e inflamação (consultar quadro 1).
Partes |
Compostos químicos |
Possíveis aplicações na indústria |
Pétala |
Terpenos, álcool aromático, flavonoides, antocianina, aldeídos, cetonas, taninos, vitamina C, carotenoides, minerais |
Analgésico, anticonvulsivo, hipnótico, cardiovascular, laxativo, propriedades antioxidantes, aromaterapia, perfumes, cosmética, infusões e corante natural |
Botão |
Vitamina C, carotenoides, flavonoides, polifenóis, tanino, pectina, vitamina E, ácidos gordos, fotoesteroís |
Anti-inflamatório, antioxidante, suplemento nutricional, cosmética e corante natural |
Folhas |
Flavonoides, fenóis, taninos, terpenos, aldeidos, Ácido hidroxicinâmico, vitamina C, ácidos gordos e minerais |
Propriedades diuréticas, adstringente e corante natural |
Quadro 1
Curiosidades
Existem evidências fósseis que as rosas existem na Terra há mais de 40 milhões de anos
O fruto da roseira tem maior teor de vitamina C do que uma laranja. Durante a 2ª Guerra Mundial, com a escassez de frutas e verduras, o Ministério da Alimentação Inglês decretou uma semana nacional para a colheita deste fruto no final de Setembro por todo o país, para produção de xarope, especialmente para as crianças.
A estrutura das pétalas de rosa (forma da pétala e botão de rosa) têm revelado bastante potencial no desenvolvimento de materiais bio miméticos (aplicável por exemplo ao grafeno) e materiais inovadores de eletrónica.
Fonte:
Boskabady, M., et al, “ Pharmacological Effects of Rosa Damascena”, Iran J Basic Med Sci. 2011 Jul-Aug; 14(4): 295–307, disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3586833/
Wang, H, “Beneficial medicinal effects and material applications of rose”, Journal Helion, Volume 10, Issue 1, 15 January 2024, disponível em https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2405844023107389
Woodland Trust UK, “Raw Rosehip Syrup: How To Make And Use”, disponível em
https://www.woodlandtrust.org.uk/blog/2019/07/raw-rosehip-syrup/